No último dia 22.out, a Transparência Brasil realizou em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União) o webinário “Transparência de Fundos Climáticos”. Ao reunir representantes de órgãos públicos federais, estaduais e instituições financeiras, o evento demonstrou a importância do diálogo interinstitucional na construção de caminhos que garantam a efetividade e o acesso justo aos recursos destinados ao financiamento climático no Brasil.
Realizado em um contexto estratégico, às vésperas da COP 30, que será sediada em Belém (PA), o debate contribuiu para aprofundar a compreensão sobre como aprimorar a padronização, a transparência e a interoperabilidade dos dados de fundos climáticos. Os participantes destacaram a importância de estruturar dados abertos de forma acessível e comparável, permitindo que a sociedade civil e os órgãos de controle acompanhem a aplicação dos recursos e o impacto dos projetos financiados.
Durante o evento, Miriam Miller (MMA) apresentou as ações do Fundo Clima na modalidade não reembolsável, voltada a projetos de impacto socioambiental direto, enquanto Nabil Kadri (BNDES) detalhou a gestão dos recursos reembolsáveis e o fortalecimento do Fundo Amazônia como referência global em governança e auditoria. Já Brenda Hachem (Governo do Pará) compartilhou a experiência do estado na reestruturação do Fundo Estadual de Meio Ambiente (FEMA) e na criação do Fundo da Amazônia Oriental (FAO), ambos voltados à promoção da política estadual de mudanças climáticas.
Lívia Sobota (CGU) destacou a necessidade de padronizar protocolos e indicadores para que os dados dos diferentes fundos “conversem entre si”, inclusive com bases internacionais e reforçou que a transparência é fundamental para garantir que os investimentos cheguem de forma efetiva às comunidades e territórios mais vulneráveis.
A diretora-executiva da Transparência Brasil, Juliana Sakai, ressaltou que “um destaque importante é como os dados trazem argumentos consistentes para a formulação de políticas públicas voltadas ao financiamento e à atração de financiadores internacionais.”
Ao reunir diferentes visões e experiências, o webinário evidenciou a relevância da construção de uma agenda climática baseada em integridade, participação e responsabilização pública.



